O ouroboros bancário: Como colapso do Silicon Valley Bank pode ser um Apocalipse financeiro

Compartilhar conteúdo

Saiba porque o quebra do banco SVB pode mudar sua vida daqui para frente

Não sei nem por onde começar a escrever este artigo. Estou sentindo uma mistura de ansiedade, preocupação e empolgação ao mesmo tempo, mas espero trazer informações importantes sobre a loucura que aconteceu no final da primeira semana de março de 2013 uma sexta-feira trágica com o fechamento do SVB, também conhecido como Silicon Valley Bank. 

Minha intenção não é apenas falar sobre sua quebra, mas sim discutir os pontos que nos trouxeram até aqui, o que pode acontecer a partir de agora e o impacto disso no nosso amado mundo das criptomoedas.

Com certeza, esta semana será um caos no mercado e os bancos terão uma grande prova de fogo. Além disso, neste fim de semana, o mercado de criptomoedas provavelmente sofrerá com muita volatilidade. Então, é melhor nos prepararmos porque estamos em uma verdadeira montanha-russa.

Para aqueles que vivem no mundo dos ursinhos carinhosos e não estão acompanhando as notícias, farei um breve resumo do que aconteceu. Na primeira semana de março de 2023, ocorreu uma grande queda no índice S&P500, o que fez com que o SVB (Silicon Valley Bank) fechasse o dia com uma queda de 60%.

No dia seguinte, na abertura do pregão, o banco sofreu outra queda de mais 60%, simplesmente derretendo. No dia anterior, o CEO pediu aos investidores que mantivessem a calma e não entrassem em pânico, mas no dia seguinte, os reguladores dos EUA fecharam e apreenderam o banco.

Curiosamente, há apenas um mês, Jim Cramer, que é uma personalidade da televisão americana, recomendou aos espectadores do canal CNBC que comprassem ações do SVB, já que estavam muito baratas na época.

Hoje, o banco foi fechado pelos reguladores da Califórnia, tornando-se a segunda maior falência bancária da história dos Estados Unidos – sim, você leu corretamente, a segunda maior falência bancária da América do Norte.

Curiosamente, apenas alguns dias antes, o banco estava comemorando com muito orgulho seu destaque na Forbes em sua conta oficial do Twitter: ‘Estamos orgulhosos de estar no ranking anual dos Melhores Bancos da América da Forbes pelo 5º ano consecutivo e também de ter sido nomeado para a lista inaugural do Financial All-Stars da publicação.

Silicon Valley Bank é um banco conceituado, sendo responsável por gerenciar as contas de cerca de 50% das startups do Vale do Silício. Sua quebra teve um grande impacto no mercado e trouxe à tona a teoria do efeito dominó, também conhecida como teoria de Heinrick (1959).

De acordo com essa teoria, os acidentes e lesões podem ser causados pela ocorrência de diversos eventos encadeados no tempo, como uma espécie de dominó: (1) uma personalidade com predisposição para acidentes; (2) atos inseguros; (3) condições inseguras; (4) acidente; e (5) lesão. A quebra do SVB pode ser considerada como um dos primeiros eventos desta cadeia, o que pode levar a uma série de outros eventos e consequências no mercado financeiro.

A quebra do Silicon Valley Bank pode ser considerada como um dos primeiros eventos na cadeia do efeito dominó que levou à sua falência. Dentre as causas da quebra, podemos identificar a exposição excessiva do banco a startups de tecnologia, o que o tornou vulnerável às flutuações do mercado. Além disso, a falta de diversificação em sua carteira de investimentos – as taxas de juros – também foram fatores que contribuíram para o seu colapso.

O Banco recentemente sofreu um grande revés com a queda dos títulos do Tesouro americano e de títulos lastreados em hipotecas, que resultaram em perdas significativas para a instituição financeira.

Além disso, o SVB era conhecido por oferecer empréstimos com juros baixos para as startups, mas a situação mudou com as taxas de juros subindo e a era do dinheiro barato chegando ao fim. Com a dificuldade de obter financiamento, muitas startups não conseguem pagar seus empréstimos, o que coloca o banco em uma situação ainda mais delicada.

Essas falhas na gestão de riscos e na diversificação da carteira de investimentos podem ser consideradas como condições inseguras que, somadas a outros atos inseguros, como a falta de supervisão adequada das atividades do banco, levaram à ocorrência do acidente – a quebra do SVB.

Assim, a teoria do efeito dominó pode ser aplicada à quebra do Silicon Valley Bank como uma forma de entender como diversos eventos encadeados ao longo do tempo levaram a consequências graves para o mercado financeiro, afetando inclusive startups brasileiras que tiveram que correr para resgatar seus recursos.

O gatilho que deu a pá de cal no SVB foi a venda de mais de US$ 2 bilhões de suas ações, o que levantou suspeitas e acendeu o estopim da crise. Nos bastidores, já se comentava sobre a possível quebra do banco, o que fez com que startups começassem a resgatar seus recursos. O CEO do SVB, Greg Becker, vendeu cerca de US$ 3,6 milhões em ações do banco na semana anterior à sua falência, o que gerou ainda mais desconfiança dos investidores.

Diante de todas essas informações, é crucial entender o que aconteceu e o pano de fundo da situação para ter uma visão clara e objetiva do que pode ocorrer no curto prazo com a perda de liquidez do banco e suas consequências para o mercado das criptomoedas e das startups.

A maior quebra de banco desde 2008 acaba de ocorrer com o SVB. Apenas 2% dos depósitos podem ser honrados, uma vez que o limite é de 250 mil dólares. Isso significa que 98% dos depositantes acima desse valor não serão ressarcidos, pelo menos em tese. Contudo, neste domingo, o FED informou que irá cobrir os prejuízos dos depositantes, trazendo um certo alívio para aqueles que foram afetados pela quebra.

No entanto, ainda não está claro se o banco será salvo ou não. Ainda é preciso acompanhar os demais detalhes que surgirão durante a semana para saber como a situação irá se desenrolar.

É importante lembrar que a quebra de um banco é um acontecimento extremamente preocupante e que afeta não apenas os depositantes, mas todo o sistema financeiro. Recentemente, o Signature Bank também colapsou, o que traz uma possibilidade de quebra sistêmica.

O maior problema, ao meu ver, será a forma como o FED provavelmente irá socorrer esses bancos, com impressão de mais dinheiro e injetando no mercado. Essa prática irá acentuar a inflação, cujo remédio seria aumentar os juros. Todo o mercado sabe que a recuperação de 2008, que levou o mercado para uma alta de mais de dez anos(e criou esta bolha gigantesca nos mercados), foi inflada com injeção de dólares sem lastro no mercado e a farra de dinheiro barato com juros baixo.

Muitos, de forma maliciosa, tentam falar que essa quebra é por causa das criptomoedas ou por falta de conhecimento sobre como o sistema financeiro atual funciona. Essa injeção de dinheiro inflou todos os mercados do mundo: tecnologia, imóveis, commodities e criptomoedas, nada escapou no mundo. No caso específico de criptomoedas, presenciamos a entrada de dinheiro podre sem lastro por meio da dolarização do bitcoin.

Para você entender melhor o que estou falando, em 2015 até meados de 2017, toda vez que acontecia algo ruim no mercado tradicional, o valor do bitcoin subia, porque todos que estavam no mercado de criptoativo entendiam que o bitcoin era o mercado de contraponto ao sistema bancário, com suas reservas fracionárias duvidosas.

Após 2018, começamos a ter a entrada de capital institucional no mercado, que acabou trazendo dinheiro ruim para o ecossistema das criptomoedas, criando CEX (exchanges centralizadas) com seus modelos bancários com reservas duvidosas. Podemos ver isso claramente no que aconteceu com o USDC, que tinha parte de sua reserva dentro do banco SVB e perdeu o peg em relação ao dólar, perdendo sua paridade.

Isso deixa claro que os problemas das criptomoedas e do Bitcoin não são eles como ativo ou moeda, mas os institucionais tradicionais que acabaram trazendo dinheiro ruim para a liquidez do Bitcoin e das demais criptomoedas.

Sempre discuti com amigos do mercado que estava muito triste em ver o bitcoin acompanhando o S&P500 no gráfico, para mim isso sempre foi um péssimo sinal, porque demonstrava que o capital ruim está dentro do mercado de criptomoedas.

Com este momento deste colapso dos bancos, isso ficou ainda mais claro para mim. E enxergo também que jogar a culpa para as criptomoedas, por alguns, pode ser um mecanismo para evitar a fuga do dinheiro bom para o Bitcoin.

É importante lembrar que a responsabilidade pelas quebras bancárias deve ser atribuída aos problemas estruturais do sistema financeiro, e não às criptomoedas.

É preciso ter consciência de que a entrada de dinheiro ruim no mercado de criptomoedas não se restringe apenas às instituições tradicionais. Investidores menores também têm sua parcela de responsabilidade nessa situação.

Muitas pessoas ainda não entenderam que o Bitcoin não é apenas uma ferramenta de especulação para ganhar dinheiro fácil, mas sim uma alternativa mais segura e confiável ao sistema bancário tradicional.

É preciso compreender que a impressão de dinheiro é um problema e que manter seu dinheiro em um banco pode ser perigoso, pois as reservas fracionárias dos bancos são duvidosas e representam uma bomba relógio.

Infelizmente, muitos investidores não entendem isso e acabam fomentando empresas como a FTX, que possuem seguros de bancos tradicionais e operam com padrões de reserva fracionada. É fundamental que o Bitcoin seja guardado em carteiras descentralizadas e não seja visto como um ativo de especulação.

Enquanto as pessoas não compreenderem essa realidade, continuaremos tendo dinheiro ruim no mercado das criptomoedas.

As criptomoedas serão afetadas?

Sim, como eu mencionei anteriormente, estamos atualmente no meio de uma bolha do mercado financeiro e o influxo de dinheiro ruim está presente nas criptomoedas. No entanto, acredito que elas sofrerão menos, uma vez que fica cada vez mais evidente o problema do sistema financeiro atual baseado em papel moeda.

Acredito que a médio prazo as criptomoedas possam sofrer, mas é importante notar que elas representam uma alternativa melhor e mais segura do que o sistema bancário tradicional, que é suscetível a problemas como impressão excessiva de dinheiro e reserva fracionária.

Portanto, apesar dos desafios, as criptomoedas têm o potencial de se fortalecer e se tornar uma opção cada vez mais viável e confiável para as pessoas que buscam proteger seu dinheiro e investimentos.

Corrida aos bancos

Já começou há muito tempo, com acionistas vendendo suas ações e empresas movendo seus recursos para bancos mais “confiáveis”. O cidadão comum afegão médio pode estar atrasado nessa corrida, mas quando perceber a real situação, também irá correr para os bancos. Quanto a uma corrida generalizada por causa deste episódio do SVB, ainda é cedo para dizer.

Precisamos aguardar os próximos capítulos, ver o que os órgãos reguladores farão e a postura de outros bancos. Mas, convenhamos, em um país em crise política, econômica e social, a confiança nos bancos é a última coisa que deveria estar em alta.

Mercado regulado mais seguro

Mercado regulado mais seguro – que grande mentira! Não se engane pensando que o mercado regulado é seguro só porque existe uma regulamentação. Isso é uma ilusão tão grande quanto acreditar que um correntista de banco pode ter seu dinheiro disponível quando quiser e como quiser.

O Brasil tem vários exemplos recentes de como a regulamentação não garante segurança no mercado. A bolsa de valores com Americanas e o SVB no EUA que comprou títulos do governo(dinheiro ruim) e está agora à beira da falência são apenas alguns deles.

Não se deixe enganar pela aparência de segurança que a regulamentação pode dar, ela serve principalmente para concentrar poder e criar monopólios. Se quer realmente se proteger no mercado, é preciso analisar os fatos com profundidade e não se deixar levar por falsas promessas de segurança regulatória.

Medidas para tomar 

Bem, o problema financeiro é algo que economistas vêm conversando há muito tempo e parece que está mais perto do que nunca. O autor do livro “Pai Rico e Pai Pobre”, Robert Kiyosaki, é um entusiasta do Bitcoin e afirmou em um de seus Tweets que Ouro e Prata seriam ativos dos bilionários e o Bitcoin dos pobres em um futuro próximo. Ele também postou que aqueles que possuírem Bitcoin ficarão ricos.

PENSÕES próxima LEHMANN global. O que você vai fazer? Você vai ficar mais rico ou mais pobre? As pessoas que possuem ouro, prata e Bitcoin ficarão mais ricas quando o Fed, o Tesouro e Wall Street girarem e imprimirem trilhões de dólares falsos. Os poupadores de dinheiro falsos serão os maiores perdedores. Não seja um perdedor.

Robert Kiyosaki

Embora pareça uma afirmação ousada, eu concordo plenamente com ele. É cada vez mais claro que os únicos ativos antifrágil do mercado são ouro, prata e Bitcoin. Se você não possui esses ativos em seu portfólio, não estou falando apenas de papéis de ouro como ETFs, mas sim de físicos sendo auto custodiante, você corre mais riscos.

Sem Bitcoin, você está em maus lençóis. Ter esses ativos pode ser questão de sobrevivência, especialmente se o sistema financeiro entrar em colapso.

Bem, parece que mais uma vez a economia está prestes a entrar em colapso e, como sempre, os governos serão os grandes culpados. Os dados públicos mostram que as moedas governamentais são, na verdade, uma piada de mau gosto, e agora estamos colhendo os frutos desse sistema falido.

É assustador pensar que os governos estão tentando empurrar suas moedas digitais para controlar ainda mais o dinheiro das pessoas. Quando ocorrerem os próximos problemas econômicos, não haverá escapatória. O dinheiro das pessoas será controlado pelo estado, e os bancos estarão mais poderosos do que nunca.

Porém, talvez essa seja a oportunidade perfeita para que as pessoas finalmente abram os olhos e percebam que os bancos e suas reservas fracionárias são uma grande farsa. Estamos todos vivendo dentro de um castelo de areia, prestes a desabar com uma grande  tempestade por vir.

E, como sempre, aqueles que vão sofrer mais serão as pessoas comuns, enquanto as instituições financeiras continuarão enriquecendo às custas da população. O resultado disso já sabemos. Viva a Bitcoin, ouro e prata. Quem sabe no futuro saímos deste ciclo maldito.

spot_img

Conteúdo Relacionado

Ryoshi Plaza do Metaverso Shiba Inu Promete Ser a Coisa Mais Incrível: William Volk

A Revelação da Ryoshi Plaza: O Coração do Metaverso...

Binance Pode Enfrentar Acusações Criminais, Afirma Kevin O’Leary

Kevin O'Leary, um empresário conhecido, levanta a possibilidade da...

Descubra o Mundo Mágico de Eldarune: Um Jogo de Ação Multiplayer Medieval

Bem-vindo a Eldarune, o reino mágico repleto de aventuras...

Sberbank, o maior banco da Rússia, oferecerá serviços de negociação de criptomoedas

Subtítulo: Sberbank está pronto para entrar no mercado de...
- Advertisement -spot_img