
O mercado de criptomoedas tem estado em constante evolução e apresentado crescimento significativo nos últimos anos, porém, como em qualquer mercado, existem riscos associados.
Neste sentido, um dos principais fatores que podem impactar a estabilidade do mercado de criptomoedas é a falência de bancos que prestam serviços para as empresas que atuam nesta área.
O banco Silvergate Bank, um dos principais bancos americanos que presta serviços bancários a empresas relacionadas a criptomoedas, como exchanges e fintechs.
Está passando por grandes dificuldades, em caso de falência do banco, os efeitos podem ser sentidos em todo o mercado de criptomoedas.
O Silvergate Bank é um dos bancos mais importantes para o mercado de criptomoedas nos EUA, tendo um papel fundamental no setor.
A instituição financeira, que é especializada em serviços bancários para empresas de criptomoedas, possui um grande número de clientes em sua carteira, que, por sua vez, são responsáveis por grande parte das negociações de criptomoedas nos EUA.
O banco se tornou um dos principais parceiros para outras empresas do setor, incluindo a Coinbase, Gemini e Kraken, as maiores corretoras dos EUA.
O banco sofreu muito com o colapso da FTX, o que gerou uma corrida de saques que chegou a US$ 8,1 bilhões nos seus cofres, e sua situação financeira se deteriorou ainda mais no último trimestre, com uma perda de US$ 1 bilhão.
Na quarta-feira dia 01 de março de 2023, o Silvergate solicitou um pedido regulatório de última hora, afirmando que seus resultados foram piores do que o divulgado no seu último balanço.
Como resultado, a Coinbase, a Galaxy Digital, a Crypto.com, a Circle e a Paxos anunciaram que pararam de usar os serviços do banco, assim como outros clientes menos conhecidos.
Apesar de Alan Lane, CEO do banco, afirmar que a missão da instituição não mudou, ficou evidente que sua estratégia de focar em criptomoedas estava correndo riscos.
Na semana passada, o Silvergate anunciou que não conseguiria apresentar seu relatório anual à Comissão de Valores Mobiliários no prazo estipulado, alegando a necessidade de reavaliar sua estratégia de negócios e sua capacidade de continuar operando.
Com isso, diversas das maiores empresas do ramo de criptomoedas anunciaram que estavam reduzindo ou até mesmo terminando suas parcerias com o banco.
Boatos circularam entre os investidores de que o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) poderia declarar o Silvergate em concordata, o que poderia levar a outro banco, possivelmente o Wells Fargo, adquirir o Silvergate ou assumir seus depósitos.
Joseph Silvia, ex-conselheiro do Federal Reserve Bank de Chicago, alertou que a situação do Silvergate é uma advertência para o setor, mas destacou que ainda há diversas oportunidades no mercado de criptomoedas.
Se o Silvergate quebrar, as exchanges de criptomoedas que trabalham com ele podem ter dificuldades em encontrar um banco que possa oferecer serviços semelhantes, o que pode afetar a liquidez das criptomoedas, atrasar saques e depósitos, além de gerar uma grande incerteza no mercado.
A falta de confiança bancária no mercado de criptomoedas pode gerar uma queda nos preços temporária das criptomoedas, assim como uma desaceleração no crescimento do mercado médio prazo.
Além disso, a falência do Silvergate pode levar a uma grande pressão regulatória sobre o mercado de criptomoedas, que pode afetar ainda mais o seu desenvolvimento.
Portanto, é fundamental que as empresas de criptomoedas e os investidores no mercado estejam sempre atentos aos riscos associados como qualquer setor financeiro, incluindo a possibilidade de falência de bancos que prestam serviços para o setor.
É importante que as empresas tenham planos de contingência adequados e que os investidores estejam cientes dos riscos envolvidos, para evitar perdas financeiras significativas.
Em conclusão, a falência do Silvergate Bank pode ter efeitos significativos no mercado de criptomoedas, incerteza no mercado e pressão regulatória. É fundamental que as empresas de criptomoedas e os investidores estejam preparados.